Psicologia e Militarismo

Este ano, estive lendo uma revista antiga e senti vontade de escrever sobre a falta de psicólogos nas forças armadas e nas policias militares. A reportagem chama-se: “Cabeça quente e armana mão” e foi publicada na Revista Isto é na Edição de abril 2009, esta abordava de uma forma crua e realista a situação psicológica dos policiais militares de serviço. Esclarecia como funcionava o trabalho psicológico dentro da policia militar da cidade do Rio de Janeiro, em particular o BOPE. Após ler tal matéria imediatamente resolvi desenvolver um raciocínio a cerca desse assunto.

   Procurei incluir o militarismo de uma forma abrangente, porém me atendo a falar de forma direcionada ao exercito brasileiro por ter uma vivencia nessa instituição, que por sua vez apresenta as mesmas carências em relação ao psíquico de seus integrantes. Pressuponho que vários militares sairão em defesa da influente instituição, por acreditarem que estou fazendo uma critica a forma que é conduzida. Deixo claro que meu objetivo é fazer uma reflexão, para quem sabe os oficiais  o alto escalão pensem sobre importância de um equilíbrio mental na tropa.  Busco a valorização do militar como um ser único, complexo e que precisa de um suporte além do físico.  Para termos ideia do descaso, eu integrei o exército durante cinco anos, em uma instituição de referencia da arma de engenharia militar Brasileira, este batalhão participara de varias missões no exterior como na Itália durante a segunda guerra mundial, missões de paz em Angola, Timor Leste e Haiti, entre outras. Nesta unidade conta com aproximadamente 800 militares e dentre esses nenhum psicólogo militar, repito nenhum. Em cinco anos passaram em torno de 2000 jovens (de 17 a 19) anos por esta instituição sem ter contato nenhum com profissionais de psicologia.
            Para concluir, não tenho pretensão de afirmar que os psicólogos são a solução para os sérios problemas de ordem psíquica enfrentada pelos militares, mas um trabalho bem estruturado ao lado dos médicos, enfermeiros e assistentes sociais, com certeza dariam um retorno qualitativo aos quarteis brasileiros. Essas ações multidisciplinares tem dado retorno a grandes empresas, por que no militarismo seria diferente? Esses argumentos são no sentido de uma melhora da qualidade de vida dos profissionais que dedicam suas vidas inteiramente ao cumprimento da missão. Pois na minha concepção ser militar no Brasil é bem mais que uma escolha profissional, ser militar é um dom atribuído a poucos – verdadeiros heróis - por uma serie de fatores que conhecemos decor.


 

           

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