Autismo. Do que estamos falando?

          O termo autismo o foi implantado pelo psiquiatra Breuler (1911) para denominar o predomínio da emoção sobre a noção de realidade, anteriormente tal psicopatologia era chamada de Dissociação Psíquica. Segundo o CID-10, classificação F84-0, o autismo é um transtorno invasivo do desenvolvimento, definido pela presença de desenvolvimento anormal e/ou comprometimento que se manifesta antes da idade de três anos e pelo tipo característico de funcionamento anormal em todas as três áreas: de interação social, comunicação e comportamento restrito e repetitivo.  É uma psicopatologia que causa um desenvolvimento inadequado ou incomum na criança. Essa perturbação pode ser observada logo nos primeiros meses de vida. Percebe-se que a criança (bebê) não interage com o outro (pai/mãe) e pode se agravar com o passar dos anos. As causas deste problema não parecem estar situadas no contexto social do individuo, pois o autismo está presente em todo e qualquer ambiente. Ainda que no autismo existam as dificuldades de comunicação e de interação social, algumas crianças podem ter uma inteligência acima da média e preservam intacta a capacidade de falar. No entanto outras apresentam certa debilidade mental e desenvolvimento atrasado de linguagem.
A ocorrência do Autismo é três ou quatro vezes maior em crianças do sexo masculino.

  


Características do Autismo

As causas
Ainda não existe um consenso entre os pesquisadores, mas podem estar associadas a fatores genéticos e/ou complicações pré e/ou pós-parto.
Atenção
Algumas crianças são incapazes de se concentrar, mesmo por poucos segundos. Para superar esta dificuldade é necessário planejar situações de ensino estruturadas, dividindo em pequenos passos e metas o que elas devem aprender. Também possuem dificuldades em reconhecer a relação espaço-temporal entre acontecimentos que se inscrevem dentro da mesma modalidade sensorial. •
Raciocínio
Muitas vezes as crianças autistas aprendem mecanicamente, sem compreender a essência ou significado do que aprenderam. O planejamento de tarefas, por parte dos pais, profissionais e educadores, pode evitar essa mecanização, acentuando o que realmente é significativo para elas. •
Dificuldade de aceitação dos erros
Frequentemente deixam de responder às chamadas de atenção e ordens, baixando o nível de atenção. Dessa forma, a aprendizagem não se produz. Para que isso não ocorra é preciso habituá-los a adaptarem-se a situações cada vez menos gratificantes. Outro traço comum é o comportamento compulsivo e impregnado de rituais, como agitar as mãos ou balançar-se, cheirar ou lamber os objetos. Eles podem também atacar e ferir sem motivo outras pessoas.
 

 

Diagnóstico
No diagnóstico existem três fatores que devem ser lavado em consideração: problemas de relacionamento social, da comunicação verbal e não-verbal e dos brinquedos da imaginação, e finalmente do comportamento limitado e repetitivo. Mas como todos esses elementos interessam apenas do ponto de vista referencial. Levam-se em conta principalmente as questões levantadas pelos familiares, como os sintomas, o comportamento da criança, antecedentes ginecológicos e obstétricos, a história médica da família e do paciente, principalmente no que tange às doenças neurológicas, psiquiátricas ou de origem genética, entre outros dados relevantes. Com base nestes, deve-se elaborar o planejamento do tratamento.
 
 

O tratamento
Consiste basicamente em psicoterapia individual ou de grupo como ludo terapia e musicoterapia. Não existe uma medicação especifica para o transtorno, embora muitas vezes algumas substâncias sejam utilizadas para sanar alguns efeitos desta síndrome, tais como a agressividade ou procedimentos repetitivos. Os educadores têm procurado desenvolver programas de educação individualizados para focalizar nos problemas específicos da criança. Também devem elaborar estratégias para que essas crianças consigam desenvolver capacidades de poderem se integrar com as outras crianças ditas “normais””. Segundo Bosa (2006) “ainda que algum tipo de melhora possa ser demonstrado em diferentes estudos, os resultados devem ser interpretados com cautela uma vez que estudos metodologicamente bem controlados são muito raros”, sendo assim, o que funciona com uma criança autista pode não funcionar com outra.

 
  

Considerações Finais

Os pais tendem a negar o problema do filho logo que ficam sabendo do diagnóstico, muitas vezes migram de um profissional para outro em busca de ouvir que a patologia tem cura. Apesar dos avanços científicos o autismo ainda não tem cura, o que pode ser feito é aumentar a qualidade de vida desse indivíduo, atualmente o tratamento tem proporcionado alguns resultados positivos (em alguns casos) no sentido da educação e fazer com que esse autista tenha uma relação (limitada) com o outro. Só que para que isso ocorra o tratamento deve ser começado o mais rápido possível.
Referências bibliográficas:
LABOYER, Marion. Autismo infantil: fatos e modelos. 5ª edição. São Paulo, SP. Papirus, 2005
BAUTISTA, Rafael. Necessidades Educativas Especiais. 2ª edição. São Paulo: Dinalivro, 1997.
BERQUEZ, G. O autismo infantil e Kanner. In: LEBOVICI, S.; MAZET, P. Autismo e psicoses da criança. Porto Alegre: Artes médicas 1991. BOSA, Cleonice A. Autismo: intervenções psicoeducacionais: Revista Brasileira de Psiquiatria. Vol. 28. São Paulo/SP. Maio 2006 CID-10 online, versão revisada 2008: http://luizmeira.com/cid-10.htm
*Imagens da internet

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