Liderar é...

    
       Tive a oportunidade de estar em contato com grandes líderes já na minha primeira experiência profissional, pois aos 17 anos ingressei no exército, instituição a qual tem no seu DNA a formação de líderes. 

            No exército, todos são preparados para liderar.


            Apesar de o exército ter sua liderança alicerçada na rígida hierarquia, a liderança de fato não acontece se o gestor não apresentar capacidade de gestão de equipe, ou seja, mesmo onde o princípio é a obediência aos superiores de forma irrestrita e as punições rígidas às insubordinações, os lideres se preocupam em gerenciarem seus profissionais valorizando as características e potenciais de cada indivíduo. Lembro-me de um sargento muito experiente dizer:

            - Jamais fixem suas lideranças no poder dos seus cargos ou patentes. A liderança deve estar pautada no caráter e na capacidade de mobilizar as pessoas para entregar o resultado desejado.

            Após essa experiência ainda tive contato com bons lideres, mas minha forma de pensar a liderança, focada na mobilização e valorização das individualidades, foi se aprimorando e aprendendo com alguns maus gestores de equipe que encontrei pelo caminho. Afinal, um líder deve aprender sempre, inclusive com os erros dos “chefes” que encontra em sua trajetória.
           

            Teóricos trabalham com inúmeros tipos de liderança e nós que estamos na área de gestão de pessoas estudamos esses vários tipos, mas costumo destacar em minhas aulas, treinamentos ou palestras três características formando um tripé de sustentação da minha forma de compreender a liderança e que está presente em todos os tipos de líderes que a bibliografia aponta.



Comunicação: Esta é a grande característica de todos os líderes. Isso não significa que o líder precisa ser alguém extrovertido ou que fale muito, pelo contrário, grandes líderes falam a que é necessário e na hora certa. Podemos citar o Papa Francisco, que vem realizando revoluções ao redor do mundo com suas frases de impacto e de acordo com o momento atual da humanidade.


Conhecimento: Isso não significa conhecimento absoluto dos processos, mas, para mim, é impensável algum profissional liderar um grupo sem dominar a área a qual esta atuando. Cito o exemplo do técnico Bernardinho, único medalhista olímpico como jogador e técnico da seleção masculina e feminina de vôlei, que foi convidado por alguns times brasileiros de futebol para assumir a comando das suas equipes, mas receberam uma negativa. Claramente a negativa não aconteceu pela falta de gestão de grupos ou capacidade de mobilização, mas provavelmente pela falta de conhecimento em gestão de equipes de futebol.

            
Para ser um líder é preciso ter autoconhecimento e

 domínio da área de atuação.


Desenvolvedor / Mentor: O líder precisa se tornar um mentor da sua equipe, transmitindo conhecimento, confiança, valorizando e proporcionando condições suficientes para que sua equipe possa entregar os resultados esperados com o máximo de qualidade de vida possível. No clássico livro o Monge e o Executivo, o autor destaca que:
            - Liderar é satisfazer as legítimas necessidades dos seus liderados, não é satisfazer os desejos, mas as verdadeiras necessidades...
            Cuidar das pessoas é um dos princípios da liderança. O líder que se tornar facilitador/mentor conquistará o respeito e o direito de exigir melhor desempenho das suas equipes.


            

O líder que não se preocupar em desenvolver pessoas, 

fatalmente deixará de ser líder.


            O líder atual deve se manter atualizado do ponto de vista técnico e mais do que nunca saber lidar com a diversidade nas suas equipes. É preciso ter sensibilidade para perceber o que sua equipe precisa para entregar melhores resultados. De um modo geral, os princípios da liderança não tem variado nos últimos anos, no entanto em tempo de instabilidade financeira corre-se o risco de não aplicar tais princípios e cair na armadilha de se preocupar apenas em se manter no cargo. Nesse contexto competitivo e de dificuldades, é preciso ser transparente, apresentar para equipe o cenário real e envolvê-los na proposição de alternativas. Essas atitudes fortalecerão o espírito de equipe.

            Os grandes líderes confiam nas suas equipes e as defenderam em qualquer situação.

            Recentemente, uma pesquisa sobre o ideal de líder para geração Y apontou que 1 cada 4 jovens quer se tornar líder, mas uma das grandes queixas dos profissionais de Recursos Humanos é justamente a escassez de lideranças nessa geração. A mesma pesquisa apontou para um desiquilíbrio entre o nível de formação alto dessa geração e falta de experiência de vida para assumirem responsabilidades.
            
     Ser líder é equilibrar conhecimento técnico, 

habilidades de comunicação e experiência de vida.


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