Política não é lugar de mulher


  
       Observando os movimentos eleitorais e avaliando o papel dado pelo atual presidente às mulheres, compreendo e me dou o direito de interpretar que é um retorno de, pelo menos, meio século. Perceba que esse governo foi alçado ao poder de forma controversa para substituir uma mulher que foi apontada como a “raiz de todos os males”, eu não tenho condições de falar sobre o mérito da legalidade, pois não tenho conhecimento para tal. Todavia afirmo que se fosse homem este não sofreria o impedimento e a história recente abona esta afirmação.
      Deste governo, nenhuma mulher é protagonista, pelo contrário, o papel disponibilizado e aceito, foi o de adereço, materializado pela “bela, recatada e do lar” que tem como papel “relevante” enfeitar os eventos oficiais ou promovidos pelo marido (nessa hora Simone de Beauvoir se remexe no caixão). Cabe ressaltar que esse papel já foi rechaçado há muitas décadas pelas mulheres que não aceitam, nem precisam ficar a sombra de uma figura masculina. A mensagem explicita do atual governo e de grande parte dos candidatos é clara (para quem quiser ver é claro), esta mensagem grita:
         - Politica não é lugar de mulher, talvez em cargos de menor expressão.
         Pior que o lugar em que os “homens” colocam as mulheres é o lugar em que algumas (somente algumas) se colocam, aceitam e apoiam. Mas podemos ver um horizonte positivo, mais igual e justo para os próximos anos, pois a esmagadora maioria das mulheres não se sente representada e nem concorda com esse lugar de coadjuvante da própria história. Reafirmando assim, que lugar de mulher é onde ela quiser, inclusive por ela mesma na política.

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