Faça mais que reclamar, aponte uma solução viável


Ao longo da nossa existência aprendemos que é necessário diálogo e respeito às opiniões divergentes. No meu caso, isso sempre foi muito forte, o outro tem o direito de não concordar comigo seja nas minhas concepções de mundo quanto na perspectiva profissional. Como gestor e até como criador/escritor, tenho por habito colocar os desafios do trabalho para discussão da equipe ou de outras pessoas para que estas possam emitir suas opiniões e, principalmente, apontarem caminhos para que aquele trabalho ou aquela obra seja aperfeiçoada. Saliento que muitos são os casos que me deparo com bons argumentos e faço alterações indicadas, afinal de contas, quem pode ser a régua intransponível na era da informação?
            As discussões nos dias de hoje, em meio a pandemia são incontáveis, vai de discussões que deveriam ser restritas a profissionais de saúde e pesquisadores como é o caso dos medicamentos que podem entrar ou não no protocolo de drogas para combaterem o Coronavírus até se as aulas presenciais deveriam voltar nas escolas. No segundo ponto discutido, esse eu posso colocar meu posicionamento, na verdade, tenho o dever de me posicionar, pois sou um gestor da educação e pai de 3 filhos em idade escolar. Diariamente recebemos recomendações do Ministério Público, notas técnicas de vários órgãos e entidades ligadas a educação, notícias do mundo inteiro relatando sobre as perspectivas de retorno e principalmente “como” retornar e mesmo diante de todas estas informações restritas aos envolvidos diretamente com a educação é difícil emitir um posicionamento definitivo, imagine para quem não tem acesso as estas notas oficiais? Porém, existem alguns poucos pais e mesmo professores que pensam que suas opiniões devem ser sobrepostas as todos os dados técnicos de saúde que temos no momento. Países europeus pequenos e desenvolvidos que já enfrentaram o pico da contaminação retomaram as aulas com extrema cautela e mesmo assim, na França menos de duas semanas depois algumas regiões estão fechando novamente por crescimento do contágio nas escolas. Imaginem em nosso País que os governantes do alto escalão não se entendem em relação a atitudes técnicas causando grande desinformação para o restante da população fato que dificulta a tomada de decisão em todas as áreas, inclusive da educação.

            Para finalizar, você pode ter sua opinião em relação a qualquer coisa e gosto mais da ideia de respeitar quem está fazendo alguma coisa. Falar mal, reclamar, dizer que está errado é fácil, porém apontar uma solução viável diante da complexidade que é ensinar em meio a pandemia é para poucos. Entendo que se as aulas não presenciais garantirem o vínculo com os alunos/família, mantiverem os professores mobilizados e aprendendo com a nova realidade evitando retrocessos na aprendizagem dos estudantes até o retorno das aulas presenciais em segurança, poderemos dizer que valeu todo o esforço.
@everton.gaide.escritor

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