A educação está aprendendo... percebam que do dia para noite todos nós tivemos que encarar uma revolução no modo de ensinar e aprender. Pais e mães tiveram que se apropriarem das questões escolares dos seus filhos, os alunos ganharam mais responsabilidades e autonomia e os professores tiveram que se reinventar. Uma pesquisa nacional realizada pelo site escrevendoofuturo.org.br apontou que 82% dos professores encontram dificuldades em lidar com as tecnologias digitais e aliar estas às práticas pedagógicas, enquanto apenas 3% encontra dificuldade em contatar o aluno. Ou seja, o aluno já está no meio digital enquanto a educação e os próprios pais que fazem parte da mesma geração da maioria dos professores ainda resistiam em se utilizar desse meio de interação. Todavia, para entendermos porque esse resultado e porque esse desafio da educação na pandemia, precisamos compreender o contexto da educação brasileira no ano de 2020.
Há pelo menos duas décadas, muitos educadores e pesquisadores em educação já sinalizavam sobre a necessidade da inclusão efetiva das TIC - Tecnologias da Informação e Comunicação na educação pois entendiam que “as novas tecnologias ampliaram de forma considerável a velocidade e a potência da capacidade de registrar, estocar e representar a informação escrita, sonora e visual” (Kenski, 2007). Além disso, o mundo vinha se conectando cada vez mais, as pessoas já utilizam as novas tecnologias digitais para entretenimento, trabalho, relacionamentos, compra e venda entre outras centenas de possibilidades, mas a educação, por uma série de questões, inclusive de infraestrutura, vinha adiando essa participação efetiva nos meios digitais.
Veio o Covid-19 e nos afastou do ambiente escolar físico e propôs a todos uma reflexão, planejamento e ação, tudo ao mesmo tempo em relação a educação não presencial, mediada ou não por tecnologias e isso desencadeou uma série de sentimentos. Nesse sentido, todos nós professores, pais e alunos precisamos ter calma, entender que todos estamos lidando com uma situação nova em nível mundial. Precisamos viver com nossos filhos e alunos, os professores estão cientes de que tudo está diferente, temos incertezas variadas. O foco não deve estar em conteúdos maçantes e cansativos, mas em propostas que incentivem vivências sociais, atividades de experimentação e que estimulem o protagonismo dos estudantes. Vamos focar no que podemos fazer nesse momento e não o que não podemos fazer. Vamos ficar e estar com nossos filhos, estimulá-los a pedirem auxílio aos professores e assim também estaremos ensinando os professores a entregarem as melhores aulas possíveis. Existem muitas coisas que são inerentes a condição humana, uma dela é a capacidade de APRENDER. Façamos a nossa parte e SIM, os alunos vão aprender! Todos nós vamos.
@everton.gaide.escritor
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