Pais em apuros


Desde que a pandemia fechou as escolas e que toda a educação teve que se reinventar,  diariamente vemos pais em apuros. Me incluo, pois com três filhos minha esposa e eu nos viramos para conseguir dar conta de tantas demandas e desafios de ter as crianças em casa o tempo inteiro. Naturalmente, os professores estão buscando se reinventarem para cumprirem suas obrigações de uma forma nunca antes experimentadas e os nossos filhos também vivem entediados, pois tinham, em geral uma rotina bem estabelecida e hoje se veem sem poder se relacionar com os amigos, brincar em grupos entre outras mil necessidades que as crianças sentem.

Desses três grupos que compõem a comunidade escolar, nenhum deles está sentindo mais que os pais, pois há muito tempo os mesmos, conscientes ou não, vem delegando à escola uma série de atitudes que seriam dos pais e passaram para a escola. Posso citar o respeito, limites, combinações, como lidar com o “não”, independência e autonomia. Todas essas habilidades socioemocionais poderiam ou deveriam ser enfatizadas pelas famílias, mas o mundo moderno, com as necessidades cotidianas que se vivia antes da pandemia, onde tudo era para ontem e o tempo com os próprios filhos eram raros, hoje, durante a pandemia, o tempo com os filhos se tornaram abundantes. Sabemos que esse tempo abundante vem carregado de uma série de sofrimentos para muitas famílias como o desemprego, faltas em todos os sentidos, mas o tempo não é mais o problema. E agora, o que fazer? Como fazer?



Os pais estão em apuros e cabe aos pais refletirem sobre o seu papel diante dos seus filhos, assumirem as responsabilidades que lhe cabem, valorizarem o tempo que foi tão raro e reaprendam a conviver com seus filhos com todos as suas qualidades e defeitos. Você vai precisar ensinar aos seus filhos que eles precisam de limites, que tem hora para brincar, que nem sempre poderão brincar com o brinquedo que desejam, que precisam respeitar o espaço dos outros, inclusive o dos seus pais.

Os pais estão em apuros e cabe somente a eles desenvolverem as habilidades socioemocionais nos seus filhos que os resgatarão desses apuros.

Aproveitem os seus filhos, brinquem com seus filhos, sejam crianças com seus filhos, sejam firmes com seus filhos, valorizem esses momentos com seus filhos. Finalmente temos algum tempo para que os pais possam ser pais e filhos serem filhos. Todo o resto se recupera, esta oportunidade não.


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