Do folclore à história do mês de setembro


O mês de setembro é o mês do patriotismo em nosso País. No nosso caso, os gaúchos, isso se torna mais forte ainda pois também comemoramos a revolução farroupilha.
                A independência, iniciada em O7 de setembro de 1822, apresenta um romantismo exacerbado nas aulas de história, versão que vem sendo confrontados por diversos historiadores de grande importância, posso citar Lilia Schwarcz, que em seus vários livros desconstrói algumas “mitologias” brasileiras, inclusive sobre os acontecimentos em torno da independência do Brasil. No caso da revolução farroupilha acontecem situações similares. A primeira delas são os objetivos da “guerra” que nada tem relação com a liberdade, igualdade e humanidade que estampam nossa bandeira, mas por motivações econômicas relacionadas aos altos impostos cobrados pelo império pelo charque gaúcho.


                Essas informações não desvalorizam de forma algumas as comemorações do mês de setembro, sejam elas relacionadas a independência ou a revolução Farroupilha. Pelo contrário, acredito que é importante repassarmos para as próximas gerações o folclore contido nesses fatos históricos, mas de forma alguma podemos deixar de contar a história do ponto de vista técnico e científico de como eles aconteceram. Precisamos entender que que Dom Pedro, príncipe regente, declarou o Brasil independente de Portugal após a família real vir para o Brasil fugindo dos exércitos de Napoleão, não podemos negar que o objetivo era melhorar as relações econômicas com a Inglaterra, maior potência econômica da época e que a independência do Brasil não foi aceita de forma pacífica por Portugal como parece.
                O tradicionalismo gaúcho precisa ser fortalecido e com cada vez mais consciência do seu papel na sociedade, cada vez mais consciente de que existe a história por trás do mito da revolução farroupilha. O historiador gaúcho Juremir Machado é taxativo em afirmar que os farroupilhas perderam a guerra; que os líderes farroupilhas massacraram sua companhia de lanceiros negros e jogaram seus ideais fora em troca de cargos e condecorações.
                Essa crônica tem o objetivo de refletir sobre as estórias que ouvimos e que com o passar do tempo se transforma na história oficial e não paramos para reavaliar se o que repetimos de fato aconteceu. Nos últimos 50 anos, com o aumento dos recursos tecnológico e mais investimentos em pesquisas passamos a ler em mais fontes sobre a história que até então estávamos limitados a história contada por grupos restritos e com interesses específicos.
Por fim, destaco que podemos ser patriotas e tradicionalistas sem sermos limitados aos romantismos folclóricos que surgem no mês de setembro.

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