Na
última sexta-feira neste mesmo espaço que tenho a honra de compartilhar minhas
crônicas e reflexões sobre a sociedade inspirados nos fatos do Vale dos Sinos
pude falar sobre o retorno às aulas presenciais e o quanto essa atitude
importante também era um passo no escuro. Na crônica falava sobre a angústia
que pais, estudantes e profissionais da educação estavam sentindo diante
de tantas incertezas e deixei claro o meu desejo de que tudo desse certo. Pois
é, infelizmente, apenas uma semana depois as autoridades tiveram que recuar e
cancelar as aulas presenciais, sendo que alguns municípios manterão apenas a
educação infantil na modalidade presencial.
A frustração é muito
grande e precisamos refletir COMO e POR QUE nossa região / estado chegou ao pior
momento da pandemia agora?
De uma forma geral,
penso que devemos parar de culpar somente as autoridades, que claro que tem
suas significativas contribuições seja por omissão ou por negação, mas também
devemos nos perguntar que tipo de cidadão que diante de milhares de mortes e
falta de leitos ainda se nega a cumprir as orientações simples de evitar
aglomerações e uso de máscaras?
Esta falta de empatia nos trouxe a
esse momento em que aulas presenciais foram novamente canceladas, comércios com
restrição, indústria diminuindo seu poder produtivo, profissionais de saúde
esgotados física e mentalmente. Esse cenário é culpa de quem se aglomerou na
praia, que foi para festas clandestinas, que pensa que “não vai dar
nada”. Diante disso fica claro que estamos vivendo o pior cenário da
pandemia e o pior é que diferente a tanto acesso à informação esse colapso
poderia ser evitado.
A pandemia não assusta mais apenas as pessoas do
grupo de risco, ela nos mostra todos os dias as pessoas de risco; ela não revelou
apenas quem tem baixa imunidade, ela escancarou quem tem baixa humanidade. Vale
lembrar que com os cuidados corretos a imunidade aumenta, já para falta de
humanidade ainda não há tratamento cientificamente eficaz.
Para finalizar, desejo que a humanidade aumente
logo para que possamos ver os hospitais atendendo novamente, ver as pessoas se
recuperarem e as crianças voltarem a ser crianças.
O fato é que enquanto a maioria da sociedade não
se comprometer com o outro, todos nós continuaremos correndo riscos.
Comentários